IV Simpósio Internacional: Padre Cícero
Tema do Simpósio: "Pe. Cícero E... Onde Está Ele"
Pe. Cícero E... Onde Está Ele
O Senhor disse a Caim: “Onde está o teu irmão, Abel?”. “Não sei! Acaso sou eu o guarda de meu irmão?” (Gn. 4,9)
Não posso negar que, no mesmo instante que me deparei com o título escolhido para o 4º simpósio internacional sobre o Padre Cícero, uma voz ressoou em mim: “Cariri: Onde está o Padre Cícero?” e liberei minha imaginação para lançar aos quatro cantos mil e uma perguntas:
Perguntas...?
1 “Cariri: o que você fez dele?”;
2 “O que resta entre vocês de sua obra, de seus princípios, de seus sonhos?”
3 “Sob que maquilagem você está escondendo seu verdadeiro rosto?”;
4 “Onde é que você o esconde?”;
5 “Como é que você utiliza seu ‘mito’ hoje e para que fim?”
6 “E porque, depois de querer matá-lo no coração do romeiro e da história, você quer que ele reviva?! E sob que forma?”
7 “Por quê? Por quê?”
Caro leitor: deixe também sua criatividade lançar suas mil e uma perguntas contidas naquela única que parece tão simples: “E. onde está Ele?” É para não responder como Caim: “Não sei! Sou eu o guarda de meu irmão?” que vai se realizar o 4º simpósio internacional sobre o Padre Cícero, entre os dias 16 e 20 de Setembro de 2014! É para não nos furtarmos, como Caim, de nossa responsabilidade como pesquisador, educador, historiador, teólogo, sociólogo, ateu, devoto ou romeiro! Onde está o Padre Cícero e o que fizemos dele, após 80 anos de seu falecimento?
Relendo a apresentação de Monsenhor Murilo de Sá Barreto, na época, Presidente de honra do 3º simpósio (2004), sinto um desejo profundo de perguntar também: “Cariri: onde está o Murilo?”
Meu jeito simples de fazer reviver o Vigário do Nordeste é “ressuscitar” suas palavras, hoje, para todos nós! Palavras sempre novas, tão atuais: “Se os romeiros são observados, provocam e reclamam da comunidade acadêmica uma reação. Além de pistas, uma radiografia. Não basta falar sobre o Padre Cícero: dimensão da pesquisa. É preciso falar ao Padre Cícero: dimensão do recado, da recomendação, da gratidão. Urge falar como o Padre Cícero, ungindo com o óleo da esperança – dimensão sacramental – para alívio da angustia e da dor. Convém falar crendo – dimensão da confiança – o que o Capelão semeou na consciência de seus devotos, setenta anos depois de sua mudança. E depois disso, a promessa de não esquecê-los.!
Os dias de estudo passam a ser uma festa. Alegria desta diaconia do respeito, da compreensão, da sensibilidade. Uma Celebração de Fé simples, devocional. Ora mágica, ora mítica sustenta, no altar do coração, aquele que significou ontem e significa hoje, muito para eles... e para nós. Que este Simpósio seja mesmo uma festa de troca e de partilha, sempre à procura da Verdade que se busca, sempre, sempre mais!
Realmente, Padre Cícero, personalidade cativante que não se deixa definir de uma vez por todas: ... onde o Senhor está, hoje?
Perguntas...?
1 “Cariri: o que você fez dele?”;
2 “O que resta entre vocês de sua obra, de seus princípios, de seus sonhos?”
3 “Sob que maquilagem você está escondendo seu verdadeiro rosto?”;
4 “Onde é que você o esconde?”;
5 “Como é que você utiliza seu ‘mito’ hoje e para que fim?”
6 “E porque, depois de querer matá-lo no coração do romeiro e da história, você quer que ele reviva?! E sob que forma?”
7 “Por quê? Por quê?”
Caro leitor: deixe também sua criatividade lançar suas mil e uma perguntas contidas naquela única que parece tão simples: “E. onde está Ele?” É para não responder como Caim: “Não sei! Sou eu o guarda de meu irmão?” que vai se realizar o 4º simpósio internacional sobre o Padre Cícero, entre os dias 16 e 20 de Setembro de 2014! É para não nos furtarmos, como Caim, de nossa responsabilidade como pesquisador, educador, historiador, teólogo, sociólogo, ateu, devoto ou romeiro! Onde está o Padre Cícero e o que fizemos dele, após 80 anos de seu falecimento?
Relendo a apresentação de Monsenhor Murilo de Sá Barreto, na época, Presidente de honra do 3º simpósio (2004), sinto um desejo profundo de perguntar também: “Cariri: onde está o Murilo?”
Meu jeito simples de fazer reviver o Vigário do Nordeste é “ressuscitar” suas palavras, hoje, para todos nós! Palavras sempre novas, tão atuais: “Se os romeiros são observados, provocam e reclamam da comunidade acadêmica uma reação. Além de pistas, uma radiografia. Não basta falar sobre o Padre Cícero: dimensão da pesquisa. É preciso falar ao Padre Cícero: dimensão do recado, da recomendação, da gratidão. Urge falar como o Padre Cícero, ungindo com o óleo da esperança – dimensão sacramental – para alívio da angustia e da dor. Convém falar crendo – dimensão da confiança – o que o Capelão semeou na consciência de seus devotos, setenta anos depois de sua mudança. E depois disso, a promessa de não esquecê-los.!
Os dias de estudo passam a ser uma festa. Alegria desta diaconia do respeito, da compreensão, da sensibilidade. Uma Celebração de Fé simples, devocional. Ora mágica, ora mítica sustenta, no altar do coração, aquele que significou ontem e significa hoje, muito para eles... e para nós. Que este Simpósio seja mesmo uma festa de troca e de partilha, sempre à procura da Verdade que se busca, sempre, sempre mais!
Realmente, Padre Cícero, personalidade cativante que não se deixa definir de uma vez por todas: ... onde o Senhor está, hoje?
Religiosa da Congregação das Cônegas de Santo Agostinho.
Apresentação e Justificativa
Há muito tempo Padre Cícero extrapolou o limite da cidade que ele mesmo considerava sua criação. Transformou-se num ícone que abrange e abarca não só outras espacialidades, outros lugares, mas também especialidades diversas, com diversas linguagens.
O tempo que a ele se refere não cabe apenas nas cadeias cronológicas, pois a passagem do tempo é que, aqui, reconfigura os fatos. Essa temporalidade e essa espacialidade justificam a escolha da pergunta motivadora para o título: E... onde está ele?
O nome Padre Cícero suscita, no Brasil, interpretações, ainda hoje, polêmicas. Ainda hoje, nos 80 anos de sua morte, a imagem que se recolhe desse que é chamado “Santo do Nordeste” não é unívoca e seria impossível colocá-la numa Curva de Gauss,
dada a polarização que ainda contém. Isto é, ainda hoje, em muitos lugares Padre Cícero é considerado um santo, em muitos outros persiste a figura do “heresiarca sinistro” cunhada por Euclides da Cunha no seu “Os Sertões”. Se a estratificação para a pesquisa fosse por camada social, ou por nível de escolaridade, o “achatamento” da Curva de Gauss seria ainda maior. Não tanto quanto 30 anos atrás. Se essa pesquisa fosse feita uns 30 anos atrás, provavelmente a incidência dos que o desqualificavam seria maior do que os que o consideravam santo, tendo como variáveis o tamanho do país, a densidade populacional e a escolaridade mais avançada no sul e sudeste, etc.
Muito mudou nestes últimos tempos. Mudou a mentalidade acadêmica, [...] mudaram os conceitos da Igreja para a religiosidade popular, as pesquisas universitárias avançaram muito e hoje há uma maior compreensão desse fenômeno. Não temos dúvidas de que os três Simpósios sobre o tema já realizados, contribuíram para não só o avanço das concepções acadêmicas sobre quem é o Padre Cícero (III Simpósio), sobre quem é a Beata Maria de Araújo (II Simpósio) e sobre quem são os romeiros e romeiras (I Simpósio).
Hoje há também, por variados motivos, uma maior penetração do universo cultural e religioso deflagrado pelo Padre Cícero e a Beata Maria de Araújo e consolidado pela atuação ímpar dos romeiros e romeiras, nos mais diferentes âmbitos sociais e acadêmicos, no Brasil e no exterior.
Por isso, este IV Simpósio que pergunta “E... onde está ele?” quer abrir espaço para que todos os que, de alguma forma, e em qualquer área, pesquisem sobre o assunto, socializem seus achados porque todos são importantes para a maior compreensão do fenômeno e sua divulgação.
Constata-se, empiricamente, que a inserção dessa presença – do Padre Cícero, da Beata Maria de Araújo e dos beatos e beatas, dos romeiros e romeiras – nos diversos estratos culturais dá-se de maneira tão forte que conforma a identidade do povo nordestino. Dado que este mesmo povo tem sido, ao longo da história, por questões já sobejamente conhecidas, obrigado a se deslocar para outras regiões do Brasil, é de se pensar que ao retirar-se tenha levado consigo suas crenças, sua cultura, seus valores e os introduza em culturas diferentes. Até que ponto? Até onde? Em que lugares?
Que papel desempenha então, padre Cícero na construção da sociedade brasileira? Mais: que papel desempenha na construção da identidade cultural e religiosa do povo brasileiro? Transformar esse conhecimento empírico em conhecimento científico é um dos propósitos deste IV Simpósio.
De outro lado, descobrir, do Padre Cícero, em seus sonhos, em suas ideias, em seus desejos e – por que não? – em suas dores e sofrimentos, os projetos que engendrou não só para o Juazeiro e para o Cariri, mas para o Brasil e para o mundo! Revelar o quanto muito do que há hoje em nossa realidade é fruto, tem sua origem nele. Aí também está o Padre Cícero.
Essa dialética que a pergunta “onde está ele?” sugere – do e para o Padre Cícero – certamente será capaz de fazer com que entendamos ainda mais a nossa realidade, o mundo em que vivemos.
O tempo que a ele se refere não cabe apenas nas cadeias cronológicas, pois a passagem do tempo é que, aqui, reconfigura os fatos. Essa temporalidade e essa espacialidade justificam a escolha da pergunta motivadora para o título: E... onde está ele?
O nome Padre Cícero suscita, no Brasil, interpretações, ainda hoje, polêmicas. Ainda hoje, nos 80 anos de sua morte, a imagem que se recolhe desse que é chamado “Santo do Nordeste” não é unívoca e seria impossível colocá-la numa Curva de Gauss,
dada a polarização que ainda contém. Isto é, ainda hoje, em muitos lugares Padre Cícero é considerado um santo, em muitos outros persiste a figura do “heresiarca sinistro” cunhada por Euclides da Cunha no seu “Os Sertões”. Se a estratificação para a pesquisa fosse por camada social, ou por nível de escolaridade, o “achatamento” da Curva de Gauss seria ainda maior. Não tanto quanto 30 anos atrás. Se essa pesquisa fosse feita uns 30 anos atrás, provavelmente a incidência dos que o desqualificavam seria maior do que os que o consideravam santo, tendo como variáveis o tamanho do país, a densidade populacional e a escolaridade mais avançada no sul e sudeste, etc.
Muito mudou nestes últimos tempos. Mudou a mentalidade acadêmica, [...] mudaram os conceitos da Igreja para a religiosidade popular, as pesquisas universitárias avançaram muito e hoje há uma maior compreensão desse fenômeno. Não temos dúvidas de que os três Simpósios sobre o tema já realizados, contribuíram para não só o avanço das concepções acadêmicas sobre quem é o Padre Cícero (III Simpósio), sobre quem é a Beata Maria de Araújo (II Simpósio) e sobre quem são os romeiros e romeiras (I Simpósio).
Hoje há também, por variados motivos, uma maior penetração do universo cultural e religioso deflagrado pelo Padre Cícero e a Beata Maria de Araújo e consolidado pela atuação ímpar dos romeiros e romeiras, nos mais diferentes âmbitos sociais e acadêmicos, no Brasil e no exterior.
Por isso, este IV Simpósio que pergunta “E... onde está ele?” quer abrir espaço para que todos os que, de alguma forma, e em qualquer área, pesquisem sobre o assunto, socializem seus achados porque todos são importantes para a maior compreensão do fenômeno e sua divulgação.
Constata-se, empiricamente, que a inserção dessa presença – do Padre Cícero, da Beata Maria de Araújo e dos beatos e beatas, dos romeiros e romeiras – nos diversos estratos culturais dá-se de maneira tão forte que conforma a identidade do povo nordestino. Dado que este mesmo povo tem sido, ao longo da história, por questões já sobejamente conhecidas, obrigado a se deslocar para outras regiões do Brasil, é de se pensar que ao retirar-se tenha levado consigo suas crenças, sua cultura, seus valores e os introduza em culturas diferentes. Até que ponto? Até onde? Em que lugares?
Que papel desempenha então, padre Cícero na construção da sociedade brasileira? Mais: que papel desempenha na construção da identidade cultural e religiosa do povo brasileiro? Transformar esse conhecimento empírico em conhecimento científico é um dos propósitos deste IV Simpósio.
De outro lado, descobrir, do Padre Cícero, em seus sonhos, em suas ideias, em seus desejos e – por que não? – em suas dores e sofrimentos, os projetos que engendrou não só para o Juazeiro e para o Cariri, mas para o Brasil e para o mundo! Revelar o quanto muito do que há hoje em nossa realidade é fruto, tem sua origem nele. Aí também está o Padre Cícero.
Essa dialética que a pergunta “onde está ele?” sugere – do e para o Padre Cícero – certamente será capaz de fazer com que entendamos ainda mais a nossa realidade, o mundo em que vivemos.
Objetivos
1 - Perscrutar “onde está” o Padre Cícero nos mais diversos lugares: geográficos, religiosos, educacionais, econômicos, históricos, políticos e culturais.
2 - Entender “onde estão” os sujeitos sociais – beatos/as, romeiros/as, cantadores, poetas, etc – que, com e pelo Padre Cícero, compõem a história política, social, cultural, religiosa, educacional, econômica local, regional e global.
3 - Perceber “onde está” a Beata Maria de Araújo e qual seu papel político na constituição do movimento sócio-religioso de Juazeiro do Norte que, este também, extrapola os limites da cidade abarcando o Nordeste e o País. E apropriar-se das novas configurações acerca do milagre, do martírio e de seus desdobramentos sociais, políticos e eclesiásticos locais, regionais e globais.
4 - Socializar as pesquisas já feitas, aquelas em andamento e suscitar novas pesquisas sobre o tema.
5 - Proporcionar a interação de pesquisadores das mais diversas áreas sobre o tema.
6 - Possibilitar aos participantes do Simpósio a experiência in loco dos locais de romaria, de eventos.
2 - Entender “onde estão” os sujeitos sociais – beatos/as, romeiros/as, cantadores, poetas, etc – que, com e pelo Padre Cícero, compõem a história política, social, cultural, religiosa, educacional, econômica local, regional e global.
3 - Perceber “onde está” a Beata Maria de Araújo e qual seu papel político na constituição do movimento sócio-religioso de Juazeiro do Norte que, este também, extrapola os limites da cidade abarcando o Nordeste e o País. E apropriar-se das novas configurações acerca do milagre, do martírio e de seus desdobramentos sociais, políticos e eclesiásticos locais, regionais e globais.
4 - Socializar as pesquisas já feitas, aquelas em andamento e suscitar novas pesquisas sobre o tema.
5 - Proporcionar a interação de pesquisadores das mais diversas áreas sobre o tema.
6 - Possibilitar aos participantes do Simpósio a experiência in loco dos locais de romaria, de eventos.
P. S : Informações pelo site http://www.urca.br/
Fonte - texto e foto: Site da Arquidiocese de Maceió / Notícia - Nacional
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