Só em 2014 Brasília recebeu cerca de 1.500 refugiados e imigrantes, número que cresce a cada ano. E sendo uma das cidades brasileiras a acolher tamanho fluxo de pessoas, a capital quer avançar em medidas de atendimento a esta população. Esse é o desejo e o esforço que vários órgãos ligados ao tema estão fazendo nessa direção. Nesta terça-feira,28, aconteceu em Brasília o Primeiro Encontro Técnico da Rede de Atenção ao Migrante, Refugiado e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, promovido pelo Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH) e o Comitê de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do DF. Estiveram presentes o o Setor Mobilidade Humana da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Observatório das Migrações Internacionais (OBMigra), Secretaria de Estado de Justiça e Cidadania (Sejus), Comitê Nacional de Enfrentamento de Tráfico de Pessoas (Conatrap), International Centre for Migration Policy Development (ICMPD), Polícia Federal, Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), Comissão Arquidiocesana de Justiça e Paz de Brasília, Caritas de Brasília e Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).
Cada entidade explicou como acontecem suas atividades voltadas aos temas centrais do evento e quais têm sido seus desafios e resultados. Uma forma das várias instituições tomarem conhecimento das práticas e dificuldades que cada uma delas encontra. No encontro, que reuniu ainda lideranças locais e agentes públicos e sociais, foram discutidas formas de aprimorar o atendimento oferecido em rede para os imigrantes, refugiados e vítimas de tráfico humano, onde cada órgão pode cooperar e otimizar o trabalho do outro.
A partir de palestras e exposições foram trocadas informações fundamentais como dados estatísticos atualizados, parâmetros legais para o enfrentamento de questões como o tráfico de pessoas, perspectivas sociológicas e psicológicas da vulnerabilidade desta população, novos fluxos migratórios devido a guerras e conflitos atuais, pesquisas realizadas sobre crianças e adolescentes em situação de alta vulnerabilidade e sobre o contrabando de migrantes. No período da tarde, grupos de trabalho debateram de forma bastante objetiva as logísticas e dinâmicas fundamentais em várias áreas: saúde, educação, trabalho e segurança pública, ou seja, dimensões fundamentais para que imigrantes, refugiados e vítimas de tráfico de pessoas possam ter a assistência de que necessitam e vivam de forma digna e em condições de sustentar suas próprias famílias.
A diretora do IMDH e membro do Setor Mobilidade Humana da CNBB, irmã Rosita Milesi, entre tantas questões de grande importância, destacou a necessidade de melhorar a acolhida e as políticas de integração dos imigrantes e refugiados, com especial atenção ao período emergencial de sua chegada, bem como o acesso ao mercado de trabalho. “Propomos que juntos, sociedade civil, governo e Acnur, encontremos formas adequadas para que Brasília se caracterize como cidade acolhedora, pois o ser humano não pode chegar a um novo país e ficar desalojado, desprotegido, sem um teto, sem um espaço onde possa reconstruir seu lar. Todas as outras questões são importantes, mas nada é tão emergencial quanto isso”, afirmou. Recordou, ainda, que “a globalização das migrações e o aumento tão expressivo de refugiados devem ser respondidos com a globalização da acolhida e da solidariedade, a fim de que estas pessoas possam ter condições básicas de recompor sua vida e seu lar com dignidade”.
Ir. Claudina Scapini, do Setor Mobilidade Humana da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), acredita que mais eventos como esse podem ajudar sensivelmente todos os órgãos a trabalharem de forma mais efetiva para o combate ao tráfico de pessoas. “Se nos encontrássemos desta forma mais vezes saberíamos como nossos colegas estão trabalhando. Afinal, se todos temos o mesmo objetivo precisamos nos dar as mãos", disse.
Fonte e imagens: Assessoria de Imprensa do IMDH
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